De crise em crise segue a nave política. As crises, como ondas gigantes em sucessão nas tormentas, vem, como em mar de eterna tempestade, e assolam o pequeno navio sem rumo que se transformou a política.
Parece que não vai haver mesmo jeito. Será o destino inexorável deste barquinho ficar condenado a vagar sem destino certo, submergindo aqui, emergindo ali, cada vêz mais avariado? O que o levou a este ponto?
É preciso fazer uma reflexão profunda sobre esta alegoria. Afinal a política é a forma pacífica da resolução de conflitos gerados inevitavelmente pela escolha humana de viver em sociedade e em sociedade cada vez mais populosa, diga-se de passagem, o que torna mais essencial que cultivemos e aperfeiçoemos a política.
Ainda hoje podemos ver, através da chamada “crise das passagens”, onde deputados que recebem passagens aéreas para deslocamento para a capital federal as vinham repassando para amigos e parentes, como se este benefício, que deveria ser utilizado no estrito cumprimento do seu dever de parlamentar, é tomado como uma forma de vencimento indireto. Uma forma de apropriação indevida.
Mais uma vez fica claro que os compromissos dos agentes políticos, ao contrário do que deveria ser, não são públicos e sim particulares, individualistas.
Isto é reflexo direto de como as candidaturas a cargo políticos, de qualquer nível, ressalte-se, são apresentadas e aceitas pelos partidos políticos. São candidaturas que representam em resumo a vontade do próprio candidato. A candidatura pela candidatura. Projetos, propostas e ações ficam para depois, quando e se obtiver a eleição.
O desafio maior que se impõe para que o barquinho torne-se um navio com rumo e segurança, retomando a alegoria inicial, é que a tripulação seja de pessoas comprometidas com a causa pública e que sejam realmente representantes de vontades coletivas.
A nós, do Partido Socialista Brasileiro, cabe fazermos escolhas que sejam ao mesmo tempo viável eleitoralmente e representantes dos anseios e propostas socialistas. Que possam ao mesmo tempo de serem instrumentos da transformação da sociedade no sentido da ideologia socialista, que sejam também uma alavanca para o desenvolvimento partidário.
É preciso que para as próximas eleições, assim como todas as outras também, os militantes dos diretórios de cidades próximas se componham e, ao mesmo tempo, analisem, elaborem estratégias e definam prioridades para a consecução em um mandato, que assim sim, será um mandato coletivo, como devem todos os mandatos ser.
O Golpe das Pedras Preciosas
Por solicitação da CPMI dos Atos Golpistas a Abin (Agência