Reportagem de Malu Gaspar, publicada hoje no jornal O Globo, sobre as negociações entre PSB e PT, dá conta de que o Partido dos Trabalhadores está inflexível com relação a não abrir mão da candidatura de Fernando Haddad para o governo de São Paulo.
Supostamente o PSB havia colocado a retirada de Haddad em favor de Márcio França como condição para aceitar em seus quadros o ex-governador Geraldo Alckmin, sondado por Luis Inácio Lula da Silva para ser vice em sua chapa para a presidência da República.
Márcio França, segundo a reportagem, ainda acreditava na possibilidade de um acordo, mas, foi comunicado em uma reunião que era impossível a sua pretensão e que não adiantaria insistir.
As negociações então entraram em fase de espera por conta do impasse e complicaram a formação da chapa Lula-Alckmin. Ainda assim os petistas acreditam que a aliança não depende da saída de Haddad do pleito a governador e jogam suas fichas em que o PSB vai acabar desistindo da condição.
Ainda que a candidatura ao governo do Estado de São Paulo não seja a primeira opção de Haddad, já que confidenciou aos mais próximos sua preferência por um ministério num eventual governo Lula, disse a interlocutores que ele fará o melhor para o partido.
Por outro lado, Márcio França, que chegou a cogitar o lançamento de candidatura ao Senado, voltou a falar em tentar o governo do Estado, fato que levou os interlocutores aliados de Lula a deixar claro que o PT não abrirá mão da candidatura de Haddad.
O ex-governador Alckmin ainda não decidiu seu destino em 2022. Ele deve deixar o PSDB em breve, mas, tem duas opções: avalia ser candidato a vice na chapa de Lula ou disputar o governo de São Paulo. A legenda para a qual ele irá vai depender dessa escolha.
No caso de optar pelo PSB estará aberta a estrada para uma composição que trará Lula como candidato a presidência e Alckmin como candidato a vice, já se a escolha for pelo PSD – e como este partido já tem um pré-candidato à presidência, que é o senador Rodrigo Pacheco – Alckmin muito provavelmente será candidato ao governo de São Paulo.
Além do apoio do PT à candidatura de França em São Paulo, o PSB reivindica que o partido de Lula apoie seus candidatos em cinco disputas estaduais: Marcelo Freixo, no Rio de Janeiro, Renato Casagrande, no Espírito Santo, Beto Albuquerque, no Rio Grande do Sul, Jenilson Leite, no Acre, e o candidato em Pernambuco, que não está definido.
Ainda segundo a reportagem de Malu Gaspar, “Lideranças do PT encarregadas por Lula de conduzir as costuras com o PSB, dizem que não há nenhuma decisão quanto a essas disputas locais” e que “os petistas dizem que, além de estarem exigindo mais do que podem, a atitude dos pessebistas é ofensiva a Geraldo Alckmin”.
Há ainda um longo caminho de negociações entre o PT e o PSB. As definições, não serão apenas com relação a entrada ou não de Alckmin na legenda socialista e tem prazo final até março para definições.
Existe no horizonte a possível montagem de uma federação partidária, onde as legendas se unem por período de até quatro anos como se fosse um único partido. Os deputados federais das duas legendas, em sua maioria, já se mostraram favoráveis a essa composição e que poderia incluir também o PCdoB, PV, PSol e Rede.
Além da entrada de Alckmin na legenda, os dois partidos estão negociando a montagem de uma federação para as eleições de 2022. Numa federação, as legendas se unem por um período de até quatro anos como se fossem uma só. Os deputados federais do partido são favoráveis a esse arranjo, que incluiria também PCdoB, PV, Psol e Rede.
1 comentário em “Negociações entre PSB e PT para 2022”
Excelente conteúdo.