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Os monges cegos e o elefante.

Havia em uma remota região da terra um mosteiro que abrigava monges os quais faziam retiro espiritual extremo e evitavam o contato com o mundo externo.
Dentre estes monges, havia um bom número deles que eram ou cegos de nascimento, ou que haviam perdido a visão com pouca idade de vida e que haviam sido, tanto uns, quanto outros, abandonados neste mosteiro.
Estes monges cegos, agora em idade adulta, pediram permissão ao superior para uma jornada, a fim de conhecer o mundo exterior através do tato.
Como eram em número considerável, foram divididos em dois grupos e entregues a guias experientes para que estes nominassem as coisas que seriam encontradas pelo caminho e inspecionadas através do toque pelos monges cegos.
Assim então, cada grupo seguiu por um caminho diferente e passado um bom tempo foram tocando em vários objetos, coisas e seres pelo caminho, formando uma boa ideia de tudo o que existe no mundo.
Coincidentemente, em um tempo muito aproximado, os dois grupos, cada um por si, se deparou com o que os guias nominaram como elefantes.
A reação dos monges foi muito similar, tanto em um grupo, quanto em outro. Como era um animal muito grande, cada um dos monges ficou com uma impressão do que seria esse animal, por conta da restrita região a que cada qual pode tatear.
Quando reunidos em seus respectivos grupos, ao trocar impressões, instaurou-se um acalorado debate. Dizia um que, por ter tocado na tromba, o elefante deveria ser uma espécie de cobra. Outro sustentava que o animal deveria ser como uma enorme rocha redonda, já que havia sentido a barriga. Aquele outro acreditava que o elefante deveria ser como um tronco de árvore, por ter tateado as pernas. Por ter manuseado a orelha, um dos cegos ficou com a impressão de que o animal deveria ser como um leque gigante. Já o que tocou a presa afirmava que o animal deveria ser como uma lança. Por fim o último tocando no rabo pensou no elefante como uma corda.
O final da história é diverso para os grupos. Enquanto um deles, após acalorado debate, resolveu ficar com uma impressão mais próxima da realidade, ao concordar em somar as impressões. O outro grupo deve estar brigando até hoje, com cada um tentando ver prevalecer a sua impressão individualista do ponto em que tocou no elefante.
Se substituirmos o elefante pela verdade, veremos que somos como os monges cegos, cada um por seu lado tocando num ponto e nunca conseguindo abarcar totalmente com a verdade. Por sua vez, quando em grupos, poderemos chegar um pouco mais próximo da verdade, quando compartilhamos as impressões e aceitamos a impressão dos outros componentes.
Atitudes individualistas nos levam a distorcer a impressão da verdade e muitas vezes geram conflitos sem fim.

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