No intervalo de 48 horas entre o dia 7 de setembro, quando o presidente Jair Bolsonaro proferiu ameaças em um ato golpista, e o dia 9, quando recuou em uma carta, um único livro do educador Paulo Freire foi citado em 23 livros e artigos acadêmicos ao redor do mundo.
O número de obras que a tiveram a edição em inglês de “Pedagogia do Oprimido” como referência, redigidas por autores do Cazaquistão aos EUA, dá uma medida da relevância de Freire a despeito da série de ataques nos últimos anos.
Celebrado em seu centenário em eventos, exposições, podcasts e debates no Brasil e no exterior, o educador foi alvo preferencial do presidente e de seu entorno principalmente na eleição de 2018 e no primeiro ano de mandato. Os ataques arrefeceram junto com a pandemia e os abalos na popularidade de mandatário.
A retirada da artilharia, ainda que temporária, permite um exame mais sereno sobre a obra de um dos pensadores brasileiros mais prestigiados no exterior. Segundo levantamento feito em 2016 pelo professor Elliott Green, da London School of Economics, a versão em inglês de “Pedagogia do Oprimido” era a terceira obra de ciências sociais mais citada naquele ano no mundo.
O Golpe das Pedras Preciosas
Por solicitação da CPMI dos Atos Golpistas a Abin (Agência